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Ela é bem grande, e sempre me confundo chamando-os de Grande (ao invés de Sagrada) Família.
Eu juro que não é heresia. É o sentimento de me sentir pequenina perante a simbologia dessas três inspiradoras figuras.
Então minha mente, sempre inquieta, começou a rascunhar algo.
Eis aqui o resultado:
Existe um fio invisível que une o passado dos ascendentes ao presente dos descendentes.
Há uma história que se perpetua em
um infinito continuum, passada de
geração a geração, em busca do eterno progresso da linhagem.
Pais abrem os caminhos para os
filhos, pavimentando a jornada individual inerente de cada ser.
Filhos são guiados pela luz dos
valores que lhes foram conferidos, enquanto apreendem e aplicam, por conta
própria, novas formas de ser e ver.
Ao que inicialmente aparenta ser uma divisão, nada mais é que a
multiplicação dos significados raízes. A evolução da árvore genealógica em
galhos e folhas e flores. A extensão da herança genética, que mais do que um
arranjo molecular, é o prolongamento da biografia de uma família, com o distinto
desabrochar de cada filho.
É o misterioso balanço da
permanência na impermanência.
É a inevitável identificação do eu
no ele.
É o difícil enfrentamento do
desconhecido, de quem vai e de quem fica.
Mas é o conforto em saber que,
mesmo aqueles que amamos já partiram, permanecem fundidos em nós, no alicerce
da nossa construção original.
Esse é o poder do divino: dar
sequência à vida, mesmo quando aparentemente não há mais vida.
Esse é o poder do homem: o
desenvolvimento e aprimoramento progressivo de nossas personalidades
individuais e coletivas.
Filhos aprendem com pais.
E pais aprendem com filhos.
Dói, dá prazer, reconforta, gera
dúvida, assusta, fortalece, encoraja, atribula, confronta, apega e gera o mais
difícil, confuso e sublime sentimento de amor.
É dual, sem a menor dúvida.
Mas não há nada mais sacro nesse mundo que a família.
Um beijo no coração!
Mas não há nada mais sacro nesse mundo que a família.
Um beijo no coração!
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